sábado, 9 de março de 2013

Como identificar uma crise....



Uma das coisas que podemos afirmar no transtorno bipolar é que muitas vezes as crises são disparadas por um estressor. Alguns estressores no meu caso já identifiquei, e tento me distanciar para não disparar uma nova crise pela mesma razão.

Muita gente não aceita que o bipolar tem crises, acha que só o remédio e o psiquiatra são hérois.
A crise acontece quando algo que tira seu equilibrio aparece.
Pode ser crise de mania, hipomania ou depressão. Voçê se sente fora do normal, se sente doente.

Quando se tem um transtorno como esse, ficamos mais vulneráveis as variações do meio. A medicação protege, mas não faz milagre. Ela estabiliza o humor e as crises, e protege as pessoas de estresses internos e externos. Porém a medicação é limitada. Quando o stress é muito grande, eu entro em crise. Tudo tem sido extamente assim comigo. Me sinto uma diabetica que usa sua insulina diariamente e que em algum dia resolvo comer doces exageradamente. Aquela dose que eu estava acostumada não foi suficiente para o açúcar ingerido naquele dia especial.

Temos em nossas mãos vários mecanismos para ajudar a evitar uma crise, e um deles é se expor pouco ao stress. Tenho tentado evitar situações que sei que me fazem mal, busco a cada dia reconhecê-las e me fortalecer contra elas. Não é fugir, pois é impossivel fugir a todo stress, e sim evitar.
Descobri que tenho que estar em um processo constante de auto-conhecimento, de me conhecer, de ver meus próprios limites e desenvolvê-los.
Eu já me aceitei bipolar e foi um primeiro passo. Agora estou aprendendo a gostar de mim mesma nos meus piores momentos, estou tentando ser gentil comigo, aceitar a crise que esta por vir e aprender com ela...quando vejo que estou em crise tento observar ao máximo tudo e tento gostar daquele "eu" descontrolado e doente.
Quando estamos em uma crise de qualquer natureza, é normal a não aceitarmos a nós mesmos, nos recriminamos, nos odiamos, nos pisamos. Isso piora a crise e nos estressa ainda mais e é justamente o que não preciso nesse momento.
Preciso sim de amor, carinho, aceitação e ENTENDIMENTO.
Pior que tudo isso primeiramente tem que vir de nós para nós. E essa é a maior das dificuldades...

Um fator que acho muitoooo complicado é se dar conta se estou equilibrada ou não. Principalmente se estamos fora do equilibrio a percepção da própria situação se torna bem dificil e complicada.

 Porém temos coisas que nos avisam que estamos saindo do equilibrio. Comigo indiscutivelmente é o sono. Quanto tempo passei dormindo. Se durmo muito-muito estou em uma depressão e se não durmo estou hipomaniaca. Eu vou aprender a identificar mais coisas que me ajudam a descobrir que estou saindo do equilibrio...

O que sei é que controlar essa doença não é só a medicação e psiquiatra, é voçê entender que apartir do diagnóstico sua vida terá que permanecer em estado contínuo de ALERTA a cada uma das nossas oscilações. Acredito que a mesma técnica sirva para outras doenças também: buscar o auto-conhecimento.

E voçê como lida com isso?? Ja consegue identificar sua crise?? Já sabe identificar quando sai do equilibrio??
Conte sua opinião...

Beijos
Anna

6 comentários:

  1. Como borderline não tem crises de mania ou depressão, tem outras coisas que tenho que prestar atenção, que é nos relacionamentos a minha volta, se eu estou me doando demais e esquecendo de mim, se estou com uma pessoa única e exclusivamente por medo de ser abandonada, se minhas reações estão normais ou "borderline"...
    como desde que entrei em depressão praticamente não saio de casa, não tenho tido muitas oportunidades de "treinar" isso e tenho que confessar que, qdo tento, ainda falho.

    Mas achei muito válidas suas dicas. Realmente o auto-conhecimento é essencial.

    Bjos,

    Naty

    http://borderline-girl.blogspot.com.br

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  2. eu sei oque é isso , fiquei 02 anos sendo tratada como esquizofrenica depressiva ou seja como "louca" mudei de médico ele mudou minha medicação, estou tomando 300mg de lamotrigina ao dia e mais 0,25mg de fumerato de quetiapina para dormir, no começo a quetiapina até me ajudava á dormir, depois parou o efeito , falei para o médico ele disse"mas você disse que estava funcionando, como pode agora depois de 1 mês mudar?" me tratou como se eu estivesse mentindo sei lá. eu no começo do tratamento com outros médicos sem que eles percebessem a bipolaridade me tratavam com gardenal e clonazepan , não consegui seguir o tratamento. Bebia, devo aproximadamente R$60.000,00 nem sei com que gastei tanto dinheiro, sem contar com minha moral e bons costumes. parei por conta os remédios,tentei suicídio, to aqui escrevendo porque nem isso fiz direito.
    esse médico agora é um tanto cético quanto a meu comprometimento com o tratamento então me controla com exames de sangue a cada 3 meses TGO e TGP, para ter certeza que estou seguindo direito oque ele manda, mas as veses fico irritada quando agora ele não quer modificar meu remédio para dormir.
    o psicoterapeuta as vezes faz com que me sinta ridícula em certes horas outras eu o acho ridículo mas nao consigo questionar isso, e acabo engolindo as palavras e saio irritada da consulta.Difícil lidar com colegas de serviço que se assustam com minhas alterações .
    a familia se afastou, só meu filho me apoia.eu fico trancada em casa sem coragem de sair e tomar alguma atitude que me envergonhe depois. é dificil lidar com as pessoas dizendo que basta ter força de vontade para mudar e ficam me pressionando para parar com os medicamentos.

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  3. Descobri a pouco tempo que sou bipolar tenho crises de depressao e nunca falei com ninguem sobre isso preciso de falar sobre isso faz 1 mes que nao saio de casa a nao ser para trabalhar..

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  4. Demorei alguns anos para identificar e aceitar os meus problemas. Quando me dei conta
    já estava em um estágio um pouco critico, acabei desenvolvendo a fibromialgia.

    Tenho dificuldade pra dormir, vou pelo menos oito vezes ao banheiro por noite, fico irritado com facilidade, tenho dias de muito otimismo e outros vários de desilusão e desanimo.

    Há dias que eu me calo, prefiro o silêncio, ficar isolado e nesse tempo a minha mente trabalha sem parar, mil pensamentos.

    Há dois meses iniciei a terapia e há dois dias tive a minha primeira consulta com o psiquiatra. O médico me receitou o Lamitor.

    Gostaria que alguém me descrevesse as evidências\sintomas de crise de TB. Como eu sei que já tive ou estou tendo uma crise.

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  5. Olá Anna, boa noite! Muito esclarecedor seu post, você conseguiu expressar o que realmente sentimos/passamos; e essa troca de fato se faz bastante valiosa, até para que possamos perceber que "não estamos sós"... Fui diagnosticada com a doença há 2 anos, depois de 2 surtos abruptos que me levaram inconsciente a emergência hospitalar, desde então faço tratamento com ansiolítico, antidepressivo e antipsicótico, o que aliviou bastante a minha barra; ainda estou passando por uma período de "aceitação" da doença, digamos que uma fase de entendimento, e por acaso pesquisando sobre, encontrei seu blog e esse post me fez realmente pensar nesses tais fatores que tanto influenciam nossas crises, ou seja, passarei a sem dúvidas, prestar mais atenção neles. Desde que me descobri com a doença, comecei a estudar acerca da psique de forma autodidata, hoje sou estudante de Psicologia, e espero que no decorrer de meu período acadêmico eu consiga aprender muito sobre a mesma, para ajudar a mim e a quem for preciso, muito legal seu blog, obrigada pelo espaço, obrigada pelo compartilhar experiências... Estarei sempre presente! Saúde e LUZ! :)

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  6. boa noite!
    Sou bipolar e faço tratamento há pelo menos 10 anos. Já tive muitas crises, e confesso que ainda as tenho, porém mais leves... na verdade não sei se eu poderia dizer que minhas crises são mais leves, por exemplo: todas as vezes que me sinto machucada por alguém, quero me matar, tomar remedios e morrer... mas aí me lembro que já morri uma vez e que já estive no inferno ou seja no vale dos suícidas e voltei ou seja vi tudo de como era por lá e voltei... por mais que eu tenha, momentaneamente, por mais que naquele subito eu queira partir, morrer, me lembro do vale dos suícidas e meio que desisto de me suicidar....confesso que por já ter estado nesse lugar, denominado por mim de o Vale dos Suícidas, ainda tenho vontade, ainda ouço a morte ao pé do meu ouvido, não sei controlar, entendem.... agora quanto as dividas e compras compulsivas até que dei um tempo, claro neh, fiquei negativada... nao conseguia me controlar e sempree que me sentia agredida, sozinha, sei lá, com um vazio, eu gastava, gastava muito.... hoje quero gastar, mas confesso que gasto menos,,. olha, eu só estou escrevendo pq sei lá me deu vontade de compartilhat com alguém o meu drama, é claro que eu não sou a Fernanda Nanoia, mas sou a irma dela, entendem.... to por QUI! DESCUlpe os pontos, virgulas e acentuações, nao estou me apegando a eles nesse momento.

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